sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um tanto quanto curioso


Quando lí o livro “Estrela Solitária”, a biografia de Mané Garrincha, escrito por Ruy Castro, senti muitas angústias como se eu pudesse mudar a história de vida de alguém. O rapaz nascido na cidade de Pau Grande, no Rio de Janeiro, talentoso ao extremo, tinha sucesso e dinheiro ao seu alcance, porém chegou a beira da falência.
Bebida, mulheres, carros, ausência nos treinos e resistência ao tratamento do joelho que tanto lhe incomodava. A carreira de Garrincha, apesar da excelência de seu futebol, foi composta de altos e baixos.
Esta semana acabei de ler a biografia do Tim Maia, escrita pelo seu amigo Nelson Motta. Apesar das diferenças entre Tim e Garrincha, um cantor e gordo, outro jogador de futebol e magro, diversas vezes encontrei inúmeras semelhanças.
À exemplo de Garrincha, o talento de Tim Maia não foi o suficiente para lhe garantir uma vida estável. Auto-intitulado “gordo, preto e cafajeste”, Tim Maia também se dizia atleta. Seu esporte favorito era o triathlon: uísque, maconha e cocaína. O uso demasiado lhe tirou a voz inúmeras vezes e o cantor, fatigado pelas noitadas esportivas, não comparecia aos shows. Garrincha bebia e não ia aos treinos.
Havia, também, uma forte resistência à medicina: aos 54 anos, Tim jamais havia consultado um médico em sua vida adulta. A primeira vez foi em 1996, quando teve uma inflamação nos testículo e correu o risco de perdê-los. O "anjo das pernas tortas" resistia às dolorosas infiltrações que recebia em seus joelhos e abandonava o tratamento.
Outro ponto convergente - mulheres. Tim e Garrincha eram loucos por um “rabo de saia” e tiveram muitos casos extraconjugais. Ambos foram pais ausentes: Telmo, filho de Tim, foi criado pela tia e Garrincha teve 15 filhos reconhecidos, nem mesmo chegou a conhecer todos.
Impressionei-me e, mais uma vez, esqueci de que estava lendo uma biografia e queria mudar o “final (in)feliz”. Dois gênios, duas histórias, dois cariocas, dois ídolos, duas carreiras (para o Tim Maia bem mais que duas – rs!), duas mortes consequentes de duas vidas boêmias e muitas coincidências.

4 comentários:

Entrete[discer]nimento disse...

me empresta? a fila tá grande? rsrsrs. Prometo que cuido como um filho e não serei um pai ausente como o Garrincha e o Tim Maia... rs

André Augusto disse...

O do Tim ainda não li. Mas o do Garrincha é fabuloso. A historia [de glória, tragédia e descaso], o jeito que o Ruy as amarrou no livro e "desmistificou" a imagem ruim que a Elza tinha quando estava com o Garrincha. É um dos meus favoritos.

Dá hora os seus paralelos, Shê. Mesmo tendo uma vaga idéia do Tim, são histórias similares em vários aspectos.

Tô curtindo a produção, hein? Pode escrever lá pro Opinião qdo quiser...hauhauhauhauhauah

Bjs

Gabriel Ruiz disse...

Nossa.
A sua comparação foi genial Sheila!
Em pouquíssimas linhas vc cruzou os dois livros e os dois personagens, trazendo-os para nós.

é muito bom estar aqui.
beijo

Gabriel Ruiz disse...

out-off-topic.

sheila,.
desisti. ia falar aqui, mas vou optar por outro canal! haha