Deixo aqui mais dois textos sobre o possível fim da mídia impressa. Segue o link de Jornalismo e internet podem conviver juntos, de Bruno Calixto disponível em http://postexto.wordpress.com/.Acessem e lá descobrirão outros ótimos textos.
Ainda ontem ví no site da Folha de São Paulo um texto dentro da temática, escrito por Fernando Canzian, que muito me chamou atenção. Vou disponibilizá-lo aqui na íntegra e espero que gostem , aproveitem e discutam....coletivamente!!
Jornais em crise? Ande de avião
DE NOVA YORK - Na semana passada, o Comitê Nacional de Transportes dos EUA realizou audiência sobre a queda de um avião em 12 de fevereiro passado em Buffalo (NY). A tragédia matou 49 pessoas a bordo e mais uma em terra.
Em questão de horas, dois dos melhores jornais norte-americanos, o "The New York Times" e o "The Wall Street Journal", trouxeram à tona histórias sinistras sobre como as empresas aéreas no país deceparam custos. A ponto de comprometer a segurança dos que voam muito em um país continental como os EUA.
A copiloto do avião que se espatifou em Buffalo havia passado a noite inteira viajando em uma poltrona comum da Costa Oeste dos EUA para Newark, ao lado de Nova York (sua base). Ao chegar, assumiu pela manhã a segunda posição de comando no voo.
Já o piloto, investigou o "WSJ", havia omitido duas vezes de sua ficha de contratação o fato de ter falhado em voos simulados em casos de emergência. Detalhe: as falhas ocorreram em situação idêntica à que provocou a queda do avião.
Um dia depois, o "NYT" trouxe outros casos. Outro piloto regional comprou um carro velho, que quase não anda, para deixar estacionado na garagem de sua "base" de voos, a centenas de quilômetros de sua cama e família, do outro lado do país.
Ele usa o carro para tirar cochilos. Assim como vários outros que dividem quartos de US$ 200/mês de famílias próximas a aeroportos para ter um "crash pad" (um lugar macio para cair), onde podem descansar por algumas horas.
Uma tabelinha simples e didática na capa do "NYT" mostrou que um capitão com mais de 40 anos de idade e com dez anos ou mais de experiência tem salário médio de US$ 5,8 mil/mês sem qualquer benefício. Seu copiloto, US$ 2,7 mil. Nos EUA, são remunerações chocantes para o tipo de função.
Muitos desses pilotos, ficamos sabendo pelos jornais, têm em média só 8h30min por dia para chegar a um hotel, trocar de roupa, dormir, levantar e estar prontos para um novo voo.
Nos EUA, há uma discussão enorme sobre a chamada "crise dos jornais", traduzida em queda de circulação, receita e dívidas. Há um mês, o "NYT", por exemplo, entrou em acordo com seus jornalistas e cortou salários em 5% neste ano para evitar demissões. Ameaçou ainda fechar o "Boston Globe", do qual é dono, se um acordo parecido não fosse aceito.
Além de muitos problemas exclusivos de má gestão nos jornais americanos, fala-se também em necessidade de "reinvenção". Isso seria necessário por causa da massificação da internet, com seus milhões de blogs e opiniões para todos os gostos.
Opinião, todo mundo tem. Mas é preciso 1.300 jornalistas para se fazer um produto com a qualidade do "NYT" e levantar histórias como as acima enquanto se acompanha também ao vivo guerras no Iraque e no Afeganistão, o fim da guerra civil no Sri Lanka e as enchentes no Maranhão.
Devido à importância que se dá para o setor nos EUA, o Congresso norte-americano começa a se debruçar mais uma vez sobre o tema, a exemplo do que ocorreu em uma crise de menores proporções na década de 1970.
A partir dali, o chamado Newspaper Preservation Act permite que dois ou mais jornais competindo numa mesma região formem uma espécie de cartel, com preços de assinaturas e anúncios idênticos --desde que suas redações continuem independentes. A ideia é evitar o canibalismo entre as duas empresas já em crise.
Enquanto os parlamentares discutem outras medidas para preservar o setor, os próprios jornais vão repensando ações passadas. O "NYT", por exemplo, já considera voltar a cobrar pelo seu conteúdo disponível na internet (a exemplo do que faz o "WSJ", com quase 1 milhão de pagantes).
Alguns jornais também se reuniram para criar equipamentos portáteis que permitem a leitura online de seus conteúdos em uma tela maior do que a de um computador, o que facilitaria também a venda de anúncios para esse tipo de mídia.
Mas, embora o mercado de jornais impressos nos EUA venha encolhendo, ele é ainda gigantesco. Apenas os três maiores, "USA Today", "NYT" e "WSJ", têm circulação conjunta de mais de 5 milhões de exemplares. Além disso, a procura por seu conteúdo na internet aumenta rapidamente.
No Brasil, se somarmos todos os grandes jornais nacionais e regionais não chegaremos à metade da circulação dos três maiores norte-americanos. Além disso, ao contrário dos países avançados, a circulação dos jornais brasileiros cresceu nos últimos anos.
E tem ainda uma larga avenida pela frente à medida em que aumentar a renda da população.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Questão de hábito?
Ainda em tempo. O programa Debate MTV ( assista aqui) foi ao ar na terça-feira, 19/05, mas só agora pude sentar para escrever algo. O tema do dia era “A mídia impressa vai acabar?”. Sentados à mesa estavam o apresentador Lobão e seus convidados: Marcelo Tas (o professor Tibúrcio e apresentador do CQC), Marcello Ghigonetto (jornalista/ relações públicas e colaborador do Blog da Comunicação), Matsuo Oko (diretor de arte da revista My Wave), Cláudio Tognolli (jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes – USP), Pablo Miyazawa (editor da Rolling Stone) e Luciano Martins (do site Observatório da Imprensa)
O programa foi muito bom e a discussão calorosa. Opiniões divergentes vieram à tona e como um bom debate, o programa terminou, porém não teve um ponto final. Foram deixadas pelos participantes e, também, pelo público várias reticências.
Marcelo Tas, a “celebridade” do Twitter, confessou ser amante da mídia impressa. Atento as novas tecnologias, Tas diz gostar de ver os livros envelhecerem em sua estante. Para o jornalista, o momento hoje é de transição: “Somos a geração que está discutindo os meios, estamos no meio da transformação. Mas, independente do meio, internet, papel, celular, o que o leitor quer é uma boa história”.
Quando questionado o perfil do jornalista contemporâneo, finalmente, chegou-se a um consenso na mesa, já que todos concordaram que os cursos de Jornalismo atuais preparam alunos de maneira híbrida. “Quando saem da faculdade eles (os alunos) estão prontos para trabalharem em diferentes segmentos, seja em um jornal ou em um site”, disse o professor Cláudio Tognolli.
Concordo com a afirmação colocada de que a mídia impressa não irá acabar porque ainda há o hábito da leitura em papel. Por mais que o conteúdo de um jornal seja oferecido na internet e eu possa acessá-lo de dentro de casa, ainda prefiro sujar os dedos folheando o diário de minha preferência. Acho que sou, como disse Marcelo Tas, “da antiga” porque um livro só está completo se o sinto em minhas mãos, faz parte da leitura.
Diferentes são os blogs, criados para essa atmosfera alucinante que é a internet. Talvez, a sensação de vazio não exista porque nunca pude pegar um blog nas mãos. Pode parecer louco, mas para mim a dificuldade de transição entre os veículos impressos e digitais se resume, entre tantos fatores, ao tato.
Mais um ponto: discutiu-se o fim da mídia impressa, mas não foi colocado em pauta que parte da população brasileira ainda é excluída digitalmente. Um bom motivo para acreditarmos que os impressos terão vida longa. No entanto, essa é uma questão que atinge a esfera das políticas públicas. Deixemo-las para outra ocasião.
Enfim, a discussão sobre o tema é infinita. Resultado foi positivo, afinal a função do debate é a troca de opiniões. A única crítica fica para o mediador Lobão, que apesar de contribuir com excelentes comentários, se mostrou um pouco afoito e, por muitas vezes, interrompeu os convidados.
Para finalizar, uma última pergunta: como ficarão os gibis da Turma da Mônica (aprendi a ler com eles), que tanto adoro, se a mídia impressa acabar? Prefiro não pensar! (rs)
terça-feira, 19 de maio de 2009
Além dos gramados
No último domingo, o Esporte Espetacular mostrou uma reportagem muito interessante sobre boxe, uma vez que a falta de fiscalização e investimentos agrava a cada dia a situação de descaso em que o esporte se encontra.
Longe de ser a preferência nacional, o boxe está nas mãos de empresários e patrocinadores que pouco se importam com as condições físicas dos atletas. Na maioria das vezes, os esportistas são obrigados a conciliar o pugilismo com outra atividade remunerada para que possam se sustentar. Péssimas condições de treino, má alimentação e muito trabalho fazem parte da rotina dos “anônimos” boxeadores.
A reportagem denunciou o fato de muitos atletas desrespeitarem o período de afastamento estipulado pela Confederação Brasileira de Boxe (CBB) após derrota por nocaute. Segundo o regulamento, o pugilista deve ficar sem treinar e lutar com luvas por, no mínimo, sessenta dias (Cap XXIII – Artigo 133 – 1 Nocaute), período necessário para a recuperação de possíveis lesões no cérebro afastando o risco de morte no ringue.
No entanto, a norma não é respeitada e muitos boxeadores voltam a competir pouco tempo (as vezes apenas trinta dias) após o nocaute. Alguns deles colecionam uma carreira de derrotas e, mesmo assim, não param de lutar. Um bom exemplo é do pugilista José Cláudio da Silva que não vence há 12 anos e já desrespeitou duas vezes o período de afastamento.
A situação decorre da ausência de inspeção, já que a CBB permite a criação de pequenas ligas de boxe, mas não dá conta de supervisioná-las. O ministro dos esportes, Orlando Silva, em entrevista ao Globo Esporte de segunda-feira, reconheceu a gravidade da denúncia e prometeu não só analisar a questão, mas também solucioná-la o mais rápido possível.
Mesmo no futebol, para o qual atenções estão sempre voltadas, as categorias de base passam por dificuldades financeiras e organizacionais. Porém, é preciso também estar atento as demais modalidades esportivas.
Longe de ser a preferência nacional, o boxe está nas mãos de empresários e patrocinadores que pouco se importam com as condições físicas dos atletas. Na maioria das vezes, os esportistas são obrigados a conciliar o pugilismo com outra atividade remunerada para que possam se sustentar. Péssimas condições de treino, má alimentação e muito trabalho fazem parte da rotina dos “anônimos” boxeadores.
A reportagem denunciou o fato de muitos atletas desrespeitarem o período de afastamento estipulado pela Confederação Brasileira de Boxe (CBB) após derrota por nocaute. Segundo o regulamento, o pugilista deve ficar sem treinar e lutar com luvas por, no mínimo, sessenta dias (Cap XXIII – Artigo 133 – 1 Nocaute), período necessário para a recuperação de possíveis lesões no cérebro afastando o risco de morte no ringue.
No entanto, a norma não é respeitada e muitos boxeadores voltam a competir pouco tempo (as vezes apenas trinta dias) após o nocaute. Alguns deles colecionam uma carreira de derrotas e, mesmo assim, não param de lutar. Um bom exemplo é do pugilista José Cláudio da Silva que não vence há 12 anos e já desrespeitou duas vezes o período de afastamento.
A situação decorre da ausência de inspeção, já que a CBB permite a criação de pequenas ligas de boxe, mas não dá conta de supervisioná-las. O ministro dos esportes, Orlando Silva, em entrevista ao Globo Esporte de segunda-feira, reconheceu a gravidade da denúncia e prometeu não só analisar a questão, mas também solucioná-la o mais rápido possível.
Mesmo no futebol, para o qual atenções estão sempre voltadas, as categorias de base passam por dificuldades financeiras e organizacionais. Porém, é preciso também estar atento as demais modalidades esportivas.
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domingo, 17 de maio de 2009
Nem vem que não tem
O horário da sessão era às 20h50. Cheguei um pouco mais cedo, pois aos sábados os shoppings lotam e os ingressos de cinema são disputados pelo público. A fila estava enorme, porém quando entrei na sala tive uma surpresa: não havia ninguém!
Em cartaz estava o recém lançado documentário “Simonal - Ninguém sabe o duro que dei”, dirigido pelo casseta Cláudio Manuel, Micael Langer e Clavito Leal. O documentário traz à tona a ascensão de decadência da carreira do cantor Wilson Simonal. Para assisti-lo, apenas dez pessoas em meio a tantas poltronas.
A pergunta que não quer calar: porque a ausência de público? Fácil, muito fácil, já que as salas vizinhas estavam exibindo “X-Men – Origens: Wolverine” (personagem do australiano Hugh Jackman) e o lançamento “Anjos e Demônios”, o qual antes mesmo de ser assistido já conquistou os fãs de O Código da Vinci, também do autor Dan Brown.
Afinal, quem foi Wilson Simonal? A que geração interessa saber sobre sua história? É triste pensar que falta interesse pela memória da música nacional. Os espectadores de “Simonal - Ninguém sabe o duro que dei”, em linhas gerais, são apreciadores de Simonal, idosos ou jovens que por algum motivo (talvez até pelo trabalho de seus filhos Max de Castro e Wilson Simoninha tiveram interesse de assisti-lo. Acho que, por isso, naquela sessão foi possível contar o público apenas com os dedos das mãos.
Sobre o documentário
“Simonal - Ninguém sabe o duro que dei” não veio para inocentar ou culpar Wilson Simonal. O documentário conta a trajetória do cantor que atingiu seu apogeu entre os anos 60 e 70 e foi visto como um fenômeno musical.
Talentoso, pobre e negro, Simonal teve que afrontar uma sociedade ainda calcada no preconceito racial e, inclusive compôs a canção "Tributo a Martin Luther King". Ele conseguiu, fez sucesso no Brasil e no exterior, porém tropeçou no próprio sucesso.
Devido a um episódio, ainda não esclarecido, levou a carreira de Simonal à tona. Após um desentendimento, o ex-contador do cantor foi levado e espancado no prédio do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).
A partir de então, Wilson Simonal passou a ser visto pela mídia e pelos artistas como colaborador do regime militar. Acusado de delação foi processado criminalmente e seus discos foram retirados do mercado fonográfico. O nome do cantor foi encoberto pela história.
O documentário traz depoimentos de nomes como Chico Anisyo, Jaguar, Tony Tornado, Ziraldo, Miele, Nelson Motta, Max de Castro e Wilson Simoninha. Raphael Viviani (o ex-contador) também pode contar a sua versão do fato.
Simonal faleceu em 2000, vítima de uma cirrose hepática decorrente do alcoolismo. Ao término do filme, a dúvida persiste. Afinal, quem realmente foi Wilson Simonal?
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sexta-feira, 15 de maio de 2009
Um tanto quanto curioso
Quando lí o livro “Estrela Solitária”, a biografia de Mané Garrincha, escrito por Ruy Castro, senti muitas angústias como se eu pudesse mudar a história de vida de alguém. O rapaz nascido na cidade de Pau Grande, no Rio de Janeiro, talentoso ao extremo, tinha sucesso e dinheiro ao seu alcance, porém chegou a beira da falência.
Bebida, mulheres, carros, ausência nos treinos e resistência ao tratamento do joelho que tanto lhe incomodava. A carreira de Garrincha, apesar da excelência de seu futebol, foi composta de altos e baixos.
Esta semana acabei de ler a biografia do Tim Maia, escrita pelo seu amigo Nelson Motta. Apesar das diferenças entre Tim e Garrincha, um cantor e gordo, outro jogador de futebol e magro, diversas vezes encontrei inúmeras semelhanças.
À exemplo de Garrincha, o talento de Tim Maia não foi o suficiente para lhe garantir uma vida estável. Auto-intitulado “gordo, preto e cafajeste”, Tim Maia também se dizia atleta. Seu esporte favorito era o triathlon: uísque, maconha e cocaína. O uso demasiado lhe tirou a voz inúmeras vezes e o cantor, fatigado pelas noitadas esportivas, não comparecia aos shows. Garrincha bebia e não ia aos treinos.
Havia, também, uma forte resistência à medicina: aos 54 anos, Tim jamais havia consultado um médico em sua vida adulta. A primeira vez foi em 1996, quando teve uma inflamação nos testículo e correu o risco de perdê-los. O "anjo das pernas tortas" resistia às dolorosas infiltrações que recebia em seus joelhos e abandonava o tratamento.
Outro ponto convergente - mulheres. Tim e Garrincha eram loucos por um “rabo de saia” e tiveram muitos casos extraconjugais. Ambos foram pais ausentes: Telmo, filho de Tim, foi criado pela tia e Garrincha teve 15 filhos reconhecidos, nem mesmo chegou a conhecer todos.
Impressionei-me e, mais uma vez, esqueci de que estava lendo uma biografia e queria mudar o “final (in)feliz”. Dois gênios, duas histórias, dois cariocas, dois ídolos, duas carreiras (para o Tim Maia bem mais que duas – rs!), duas mortes consequentes de duas vidas boêmias e muitas coincidências.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
“Grandes Pequeninos”, música para pais e filhos
Por falar em criança, Jair Oliveira lançou um livro-cd voltado para o público infantil. O projeto intitulado “Grandes Pequeninos” é composto por doze faixas, todas de autoria do cantor, que tratam das dificuldades enfrentas pelos pais de primeira viagem. O lançamento foi no último sábado, 09/05, na Saraiva Megastore do Shopping Ibirapuera.
“Cadê o manual?”, segunda faixa do cd, explicita a angústia de situações cotidianas, mas que a primeira vista são assustadoras como, por exemplo, troca de fraldas, choro e soluços. Nesse momento de descobertas, mais fácil seria que os bebês viessem acompanhados de manuais de instruções, por isso o nome da canção.
O trabalho foi idealizado após o nascimento de Isabela (1 ano e 7 meses), filha de Jair e da atriz Tânia Khallil. Além do casal, participam do cd Luciana Mello, Max de Castro, Simoninha, Pedro Camargo Mariano, João Suplicy, entre outros cantores. Futuramente, o projeto pode se tornar um espetáculo teatral acompanhado de novas músicas sobre as diversas fases da infância.
Assim como “Pequeno Cidadão”, projeto de Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra, Antonio Pinto e Taciana Barros, “Grandes Pequeninos” é música feita por adultos especialmente para crianças. Totalmente diferente de outros cantores que embalam “hits” infantis nada inocentes. Para a garotada fã de Kelly Key e Mulher Melancia pode parecer chato, careta.
Escute as faixas em www.grandespequeninos.com.br
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terça-feira, 12 de maio de 2009
Música para criança
Pequeno Cidadão é o nome do projeto que reúne músicas infantis desenvolvido por Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra, Antonio Pinto e Taciana Barros. O lançamento do cd foi no último sábado, 09/05, no SESC Pompéia. No repertório, letras sobre sapo boi, futebol na escola, lagartixa, chupeta e outros temas ligados ao universo das crianças.
Além dos músicos, a banda é composta por “pequenos cidadãos” que se revezam nos vocais. Bolas, lagartixas gigantes e acrobacias fazem parte do espetáculo que faz a criançada vibrar. Ao final, os pequeninos são convidados a subir no palco e, para a surpresa de muitos pais, dançam desacanhados.
As canções são inspiradas nos filhos dos músicos, na experiência da paternidade e, sobretudo, em lembranças da infância. Destaque para a música “O Sol e a Lua” que fala sobre um possível romance entre os dois astros. Vale ouvir e apresentar às crianças, o ritmo vai do rock ao samba. É música genuinamente infantil.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Episódios que lembram outros episódios
Escrevendo sobre a Virada Cultural, lembrei-me de um outro episódio: há dois meses atrás fui ao show do Max de Castro do cubano Yaniel Matos no Sesc Pompéia. Como de costume, fomos andando até a Lapa, onde uns pegam ônibus e outros, trem. Já estava chegando na estação, mais exatamente passando ao lado do Mercado Municipal da Lapa, quando percebi que alguém me seguia.
Tarde demais, o rapaz pediu dinheiro, celular e tudo que fosse de valor. Fiquei perplexa olhando, mas Rafael (que havia sido assaltado há menos de um mês) entregou-lhe parte de seu dinheiro. Transtornado, o moço gritou que queria tudo e colocou a mão dentro da bermuda. Assustamos, achamos que estava armando e Rafael deu-lhe o resto do dinheiro e o celular.
Eu continuava sem reação até que comecei a procurar os únicos dois reais e sessenta centavos que tinha carteira. Nessa hora o ladrão gritou:
- Não precisa mais não. Tá bom esse aqui, esse celular nem quero, toma de volta. Me desculpe, mas é a droga que faz isso com a cabeça da gente. Só Jesus pode me salvar! Desculpe...
Foi a primeira vez que vi um ladrão pedir desculpas ao assaltado. Ele não estava drogado, na verdade estava tão careta ao ponto de parecer um louco em um momento de crise. Demência total.
Demos as costas e mais uma vez ele nos chamou. Desta vez, era para nos oferecer dinheiro para ir embora.
- Quatro reais tá bom?
- Sim, dá pra gente ir.
Assim fomos embora pensando no episódio, indignados. Afinal, que ladrão era esse? Foi um excêntrico assalto!
Tarde demais, o rapaz pediu dinheiro, celular e tudo que fosse de valor. Fiquei perplexa olhando, mas Rafael (que havia sido assaltado há menos de um mês) entregou-lhe parte de seu dinheiro. Transtornado, o moço gritou que queria tudo e colocou a mão dentro da bermuda. Assustamos, achamos que estava armando e Rafael deu-lhe o resto do dinheiro e o celular.
Eu continuava sem reação até que comecei a procurar os únicos dois reais e sessenta centavos que tinha carteira. Nessa hora o ladrão gritou:
- Não precisa mais não. Tá bom esse aqui, esse celular nem quero, toma de volta. Me desculpe, mas é a droga que faz isso com a cabeça da gente. Só Jesus pode me salvar! Desculpe...
Foi a primeira vez que vi um ladrão pedir desculpas ao assaltado. Ele não estava drogado, na verdade estava tão careta ao ponto de parecer um louco em um momento de crise. Demência total.
Demos as costas e mais uma vez ele nos chamou. Desta vez, era para nos oferecer dinheiro para ir embora.
- Quatro reais tá bom?
- Sim, dá pra gente ir.
Assim fomos embora pensando no episódio, indignados. Afinal, que ladrão era esse? Foi um excêntrico assalto!
Revirada Cultural
Depois de um 21 horas de Virada Cultural e apenas 3 de sono era tempo de voltar para a casa. Todos estavam muito felizes, porém cansados. O show da Maria Rita havia sido muito bom, o reencontro com os amigos, melhor ainda. Além disso, havia os corintianos, campeões paulistas que ainda estavam exaltados de tanta alegria após 3 horas do término do jogo.
A sujeira e o cheiro de urina já pareciam estar incorporados às ruas de São Paulo. Todos caminhavam no mesmo sentindo, afinal era preciso chegar até as estações de metrô para chegar em casa a tempo de ver ouvir a música do Fantástico e ter certeza de que o domingo havia acabado.
Estávamos na Avenida São João, era um mar de gente e, por isso, resolvemos esperar um pouco. Depois fomos caminhando calmamente até a Estação da Luz. Conversávamos e ríamos muito alto até que uma briga chamou nossa atenção. Uma mulher encostava uma criança na parede e dava-lhe muitos socos. A menina, vestida com uma roupa muito suja e bem maior que seu corpo reagia. Conseguiu fugir e pegou um pedaço de caixote que estava na calçada.
- Vem aqui sua vaquinha, vem aqui com essa tábua que enfio esse prego na sua cara. Rasgo sua cara inteira, sua trombadinha – gritava a mulher.
A criança se mostrava assustada, porém não parava de afrontar a moça e jogou para cima dela o pedaço de pau.
- Vem aqui sua trombadinha. Eu sou macaca velha, agora você vem querendo me roubar. O que você quer é dinheiro para fumar crack, sua biscatinha! Eu tô ligada! – gritou novamente a mulher.
Correndo, a menina fugiu assustada. Estávamos logo atrás dela e ela nos olhava como se fossemos reagir a um assalto que não havia acontecido conosco. Ela seguiu até a Estação da Luz, onde a perdemos de vista. Ninguém disse nada, mas por um instante o fato nos calou e todos, quase que simultaneamente, questionaram o que havia acontecido metros atrás. Em seguida uma voz ecoou na rua já vazia:
- A culpa de quem... Vamos fazer o que...
Ninguém respondeu simplesmente porque não havia resposta. A questão é que após o grande evento, já tradicional em São Paulo não pudemos nos esquecer das mazelas da cidade e fomos trazidos à realidade.
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